14 Nov 2012 às 12:43 0 2391 Notícias
Importados estão em risco.
As principais operadoras de telefonia do Brasil - Oi, TIM, Vivo e Claro - vão implantar em 2013 um sistema de reconhecimento de celulares piratas em funcionamento no país. Com isto, quaisquer aparelhos que não tenham sido homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) - como xing-lings e alguns importados - ficarão impossibilitados de realizar chamadas e outros serviços dentro do território brasileiro.
A medida vai arrecadar R$ 10 milhões das operadoras, e tem como objetivo diminuir as reclamações sobre os serviços prestados pelas mesmas, já que, de acordo com as empresas, modelos de baixa qualidade recebem sinais igualmente ruins. Assim, usuários de aparelhos piratas ou fora das normas da Anatel percebem mais frequentemente má qualidade ou queda nas chamadas, aumentando o número de reclamações em cima das companhias de telefonia.
O sistema de fiscalização vai se dar a partir dos IMEI - códigos de identificação do modelo do celular. Toda vez que um usuário cadastrar um novo chip em um aparelho, a Anatel vai verificar se aquele número está acessando um IMEI dentro da lista de dispositivos homologados. Caso o código não esteja na relação, o celular será classificado como pirata e o usuário receberá uma mensagem avisando que os serviços de ligação e envio de mensagens não serão habilitados em seu aparelho.
A regra dos celulares `piratas` serve também para dispositivos comprados no exterior. Caso seja um modelo ainda não homologado pela Anatel, ele será considerado ilegal. Ou seja: se o sistema já estivesse em vigor, um smartphone Nexus 4 hoje não funcionaria em solo brasileiro, já que seu IMEI ainda não figura entre os modelos autorizados pela Agência.
No entanto, se o usuário já estiver usando um celular pirata atualmente, ele não será reconhecido pela Anatel até que se cadastre um novo chip no modelo. No futuro, o sistema das operadoras será capaz também de identificar celulares roubados por meio do código, bloqueando-os para uso.
Na China, são montados iPhones e diversos modelos de celulares e smartphones. As operadoras lançam telefones pensados exclusivamente para o perfil do usuário chinês e suas cópias como Diesel, Hiphone, Eyo e Meizu, os famosos celulares ching-lings ou xing-lings, mobilizam uma grande indústria informal, com celulares com 2,3 ou 4 chips, com TV, Android, GPS etc, e lucram muito no mercado brasileiro.
O problema disso é que, seja pela falta de experiência ou pelo preço sedutor - muito abaixo dos modelos originais -, os celulares “Xing-Ling” já fazem parte da história do consumidor brasileiro de tecnologia. Todos nós, em algum momento, já tivemos ao menos um contato com um telefone parecido com iPhone, mas com sintonizador de TV, câmera “de 12 megapixels” (mas com uma qualidade de câmera VGA) e rádio FM - itens que nem o iPhone original possui.
Introdução: o que é um celular “xing-ling”?
É muito raro encontrar no mundo da tecnologia algo que seja realmente bom e barato. Muito se investe no desenvolvimento de novos recursos e funções, e isso acaba refletindo no bolso do consumidor - brasileiro ou não. Por outro lado, nem todo usuário de tecnologia entende que a compra de um produto, em muitos casos, é um investimento. Por isso, acabam optando por soluções “alternativas” que satisfaçam, por algum tempo, os anseios por recursos mais modernos.
É aí que o celular “xing-ling” encontra sua fatia de mercado. O nome veio de uma brincadeira feita entre os consumidores brasileiros das grandes cidades, que só encontravam esses modelos alternativos nas bancas de comércio popular e galerias de lojas de eletrônicos, normalmente comandados por chineses. A associação dos produtos Made in China com a expressão usada para designar esses produtos foi imediata, e caiu rapidamente no gosto popular.
Mas… o que qualifica um celular como “xing-ling”?
Primeiro, e o mais óbvio: ele precisa vir da China ou de algum outro país asiático. Obviamente isso não é o bastante, já que alguns dos principais lançamentos do mercado mobile saem de lá (Samsung e LG, por exemplo, são sul-coreanas).
Segundo item para determinar se um produto é “xing-ling” ou não depende da sua fabricante. Certamente, ele não foi produzido por nenhuma grande marca de tecnologia. Na verdade, muito provavelmente ele virá de algum fabricante alternativo, de que certamente você nunca ouviu falar. Talvez, ainda, de marcas com nomes parecidos com as mais famosas, como a `Vaic` (semelhança com a linha Vaio, da Sony).
Terceira exigência é que ele será muito parecido (para não dizer igual) ao modelo de uma grande empresa. Nokia, Apple, Samsung, LG, Motorola… não importa a marca. Se ela for mundialmente famosa, os fabricantes de telefones “xing-ling” certamente copiarão seu design, a interface do sistema operacional, e tudo mais que seja possível aproximá-lo do produto original. Até podemos ter modelos que se destacam por um tamanho menor, mas também entram na categoria de produtos copiados.
O último critério que qualifica um celular como “xing-ling” é a gama de recursos - mas não os recursos colocados de forma pensada no aparelho. Os fabricantes dos modelos alternativos colocam o maior número de funções possíveis, sem muitos critérios, prometendo mundos e fundos ao usuário...
...ou, pelo menos, é isso o que o vendedor vai prometer para você na hora da venda.