09 Des 2013 às 12:25 0 6842 Notícias
A vida sempre revela surpresas, umas boas, outras nem tanto. O mais importante é saber tirar proveito de cada acontecimento cotidiano. Desta forma, viver-se-á melhor e a tendência é nos tornarmos pessoas mais humanas. Você pode estar se perguntando “Pessoas humanas?! Hã?! Se somos pessoas, somos humanos.”. Mas, na prática, a realidade é outra. Vemos a todo o momento pessoas que se comportam como selvagens, verdadeiros animais irracionais. Se é que cabe essa comparação, uma vez que desconheço ter no reino animal algum ser que faça mal, mate, ataque, apenas por prazer, sem necessidade aparente. Sim, porque é isso que acontece em nossa sociedade. O homem (Homo sapiens), a espécie que é considerada superior às outras exatamente por uma característica que lhe distingue dos outros seres vivos – a capacidade de pensar, de raciocinar –, tem tirado vidas, destruído famílias e, consequentemente, a si próprio.
Vemos e ouvimos a todo instante notícias de guerras, homicídios, estupros e muitas outras atrocidades. Ao longo da história a inteligência humana foi evoluindo consideravelmente, inventamos a televisão, o telefone, o computador e descobrimos a cura para diversas doenças. Porém, em contraposição a tudo isso, entre outras invenções maléficas, em 1945 o mundo conheceu a bomba atômica, uma das criações mais destrutivas já feitas pelo ser humano. Foi em Hiroshima e Nagasaki, após a Segunda Guerra Mundial. Os EUA para mostrarem sua superioridade e poderio bélico para a Rússia, antiga URSS, a famosa disputa entre capitalistas e socialistas pelo controle mundial que desencadeou na Guerra Fria, soltaram duas bombas atômicas, uma em cada cidade japonesa, verdadeira evolução para matar.
Infelizmente, não parou por aí. Todos os dias criam-se novas armas de destruição em massa, pessoas inocentes continuam morrendo. Por quê? Talvez, por terem tido a má sorte de viverem em uma civilização em que os bons sentimentos, o caráter e o humanismo são palavras sem significado relevante. O que realmente importa é a obtenção do lucro, a ascensão social, o ter indiscutivelmente acima do ser.
Diante disso tudo fica a pergunta: Somos mesmo civilizados? Será que merecemos o titulo de espécie superior? Creio que não, acredito que nem saibamos ao certo o significado de CI-VI-LI-ZA-ÇÃO.
O que importa é não cruzar os braços e dizer que é normal, ou nem se assustar ao ouvir dizer que morreram duzentas pessoas em algum atentado terrorista, que jovem de classe média matou os pais e mais um político está envolvido em algum escândalo de desvio de verbas no Brasil ou nos inúmeros casos de pedofilia, isso é o mesmo que compactuar com os erros. Se for essa a evolução, prefiro ser careta. Que volte o tempo das cavernas! Ao menos lá havia justificativas plausíveis para os confrontos. E olha que ainda nem existia a palavra civilização e toda sua carga semântica. Será por isso?
O certo é que nas últimas décadas presenciamos fatos horrendos, atitudes desumanas. Podemos nos enveredar pelo caminho da religiosidade, afirmando que estas pessoas não têm Deus em seus corações, ou, ainda, irmos pelo viés da psiquiatria: são psicopatas. Pode ser também que seja a junção de ambas as coisas.
Penso que a humanidade vem caminhando rumo a sua própria destruição, é um paradoxo contínuo. Evoluem no conhecimento, na ciência, porém, usam a inteligência para o bem e concomitantemente para o mal, este com maior frequência; e assim caminha a humanidade… Aqueles que são realmente humanos, no sentido filosófico da palavra, buscam a melhoria, acreditam na mudança, enquanto outros seguem protagonizando as páginas policiais. Diante disso tudo, tomarei posse da fala de um grande filosofo: “Só sei que nada sei.” ( Sócrates).
Fonte: Repórter Coragem
Carla Félix é formada em Letras Vernáculas pela Uneb/Campus x. Revisora, redatora e editorialista; atua em jornal e sites de notícias da cidade.