18 Ago 2011 às 16:28 0 883 Tecnologia
Enquanto países europeus já têm a tecnologia há quase dois anos, o Brasil se prepara para implantá-la somente em 2014
Na teoria, o serviço 4G deverá oferecer uma conexão com velocidades impressionantes: no mínimo, 100 megabits por segundo; ou seja, 100 vezes mais rápido que o teórico 1 megabit do 3G.
Charles Amoury, dir. de pesquisa e desenvolvimento da Gladiator Innovations, explica que o 4G "seria nossa evolução de rede para as tecnologias wireless do 3G. Então, sendo bem básico, é como se fosse pegar as redes wireless de comunicação que todos usam em celulares, e evoluí-las para uma nova capacidade de informação a ser trafegada pela rede".
Por aqui a pressão é grande para que o 4G aconteça antes da Copa de 2014. Até lá, o governo quer oferecer o novo serviço pelo menos nas 12 cidades-sede da competição. O Ministério das Comunicações e a Anatel afirmam que estão trabalhando para que as licitações necessárias para as ofertas sejam aceleradas e comecem a ser feitas já no início do ano que vem.
O problema é que a faixa de freqüência destinada ao 4G – os 2.5 Gigahertz – está hoje ocupada por transmissões de TV por assinatura. Ou seja, para alocar novos serviços nessa banda, será necessário fazer um desligamento gradual para que as operadoras possam usar essa banda de freqüência.
Charles explica que esse processo não acontece da noite para o dia: "As operadoras estão aguardando esse processo terminar. A Anatel quer entrar com os leilões das bandas no ano que vem e após isso, já poderíamos começar a falar de infraestrutura".
A infraestrutura para o 4G não é nenhum bicho de sete cabeças. O 4G é uma evolução natural dos padrões 3G atuais – desenvolvidos desde o início para a comunicação móvel.
"Ela cai em cima de uma rede existente e você pode reutilizar grande parte do que já existe e evoluí-la com uma implementação. Então, pode ser feito de uma maneira gradual", completa Charles.
Bom, mas enquanto por aqui a gente vai ter que esperar mais um pouco para viver essa mudança, mundo afora a realidade é outra. Em países nórdicos, como Suécia e Noruega, o 4G já está disponível desde o final de 2009! E hoje o serviço começa a se sedimentar por toda a Europa, Ásia e também nos Estados Unidos.
No mapa, dá para conferir a velocidade com que o 4G se espalha: os pontos azuis indicam onde o serviço já está em operação; os vermelhos, onde há um comprometimento de operadoras para iniciar, em breve, as operações.
Aqui vale uma ressalva: mesmo nesses países, o 4G ainda funciona principalmente em modens e não em telefones celulares... Porém, até o final desse ano, essa situação já deve estar bem diferente, com a oferta crescente de celulares 4G.
A nova tecnologia vai mudar muita coisa no nosso dia-a-dia. Poderemos, por exemplo, usar novos serviços que hoje são apenas acessíveis através da banda larga fixa. Quer exemplos? Assistir a vídeos em alta definição, fazer videochamadas estáveis... e por aí vai.
Outra grande mudança que o 4G vai trazer é o fim do serviço de voz das operadoras de telefonia móvel. É isso mesmo!
No 4G, o serviço de voz vai estar embutido dentro do serviço de internet. É mais ou menos assim: hoje em dia, quando você faz uma ligação de voz pelo seu celular, o sistema usa um tipo de tecnologia dedicada à voz. Quando você acessa a internet desse mesmo aparelho, é outro tipo de tecnologia que entra em cena. Com o 4G, tudo passa a ser transmitido no mesmo canal. É quase o nosso velho e conhecido VOiP – voz sobre IP – que você já conhece do Skype, por exemplo.
Mas, há mais histórias por trás do 4G. O novo padrão tem duas tecnologias concorrentes. Uma se chama LTE. Outra, Wimax. Mas, antes que a matéria vire aula de engenharia, fica a dica: se você quiser entender as diferentes tecnologias – o LTE e o Wimax - confira, no link acima, uma matéria que explica cada uma delas. Por enquanto, basta dizer que o LTE deve sair vitorioso na briga. Hoje existem cerca de 320 operadoras de telefonia móvel no mundo. E cerca de um terço delas já escolheu o LTE. Quer saber mais? Acesse e fique por dentro!
Fonte: Olhar Digital