08 Jul 2015 às 20:31 3 1174 Notícias
O Faceglória, a rede social da família cristã, é um espaço dedicado aos evangélicos: nela, o “like” é substituído por “amém” e os princípios religiosos e da família precisam ser seguidos e respeitados para que o cadastro dos usuários não seja bloqueado.
Esta rede social já existia há algum tempo, mas só agora passou a chamar a atenção. Em entrevista ao El País, o designer e criador da rede, Átilla Barros, explica que o Faceglória serve de contraponto ao Facebook, que ele considera “muito liberal, com muita baixaria e promiscuidade, [o que] desagrada as famílias”.
O Faceglória, apesar do foco evangélico, permite que pessoas de outras religiões e “ideologias” se cadastrem, desde que sigam e respeitem os princípios da família — usuários homossexuais, paqueras e até fotos de biquíni são aceitos na rede, desde que em “um ambiente familiar e sadio”, diz o criador. Os usuários que violarem essas regras terão a conta excluída por uma equipe que fiscaliza a rede social cristã.
Para o sustento da rede, assim como o Facebook, o Faceglória cederá espaço para anunciantes, diz Barros, mas as propagandas devem respeitar os mesmos princípios da família aplicados aos usuários. Ou seja, aquela propaganda d’O Boticário com casais homossexuais não seria aceita.
A rede já conta com 100 mil membros, segundo o criador. Barros, no entanto, acredita que em apenas um ano este número já estará na casa dos 10 milhões. “Em quatro meses não estaremos devendo nada para o Facebook”, diz.
Usando
Por enquanto, o site me parece um tanto confuso: tive problemas para cadastrar a minha conta (a página caiu duas vezes durante a tentativa de cadastro), e a rede não parece contar com uma página pessoal para cada perfil — ao clicar no perfil de alguém, uma pequena caixa se abre no canto direito da tela, revelando algumas poucas informações sobre o usuário. É necessário seguir outras pessoas para ver o que elas postam na rede.
O design do site é quase uma mistura entre Facebook e Orkut com pequenas substituições – o “curtir” se transforma em “amém”, por exemplo. Apesar de ainda não permitir gifs ou montagens com caracteres (nada do peixinho da magia da natureza por enquanto), há algo aqui que foi bastante popular durante o reinado do Orkut: música incorporada. O canto superior direito do site é dedicado a um player nativo que toca música do canal do SoundCloud de cantores gospel, como Aline Barros. É ela, inclusive, a garota propaganda do Faceglória.
O Faceglória existe pelo menos 2012, mencionado nestas duas matérias. Há também a conta do Twitter deles, aberta naquele mesmo ano:
Ainda assim, o Faceglória não é a primeira rede social religiosa do mercado — em uma busca rápida, é possível encontrar.
E até mesmo redes sociais cristãs focadas no relacionamento amoroso.
Resta saber se usar grandes nomes da música gospel, e nomear a rede com um nome tão parecido com o Facebook, fará o Faceglória ter mais sucesso.
Faceglória é notificado pelo Facebook por 'uso indevido da marca'
Faceglória, um espaço que se define como "a rede social perfeita para você compartilhar o amor e a sabedoria cristã com outras pessoas", despertou a curiosidade dos usuários que já começaram a experimentar esse espaço "imaculado".
Entretanto, não foram apenas os usuários que ficaram interessados nessa rede social. Mark Zuckerberg parece não ter gostado da inspiração no Facebook e mandou emitir uma notificação extrajudicial ao Faceglória "por uso indevido de marca". Quem compartilhou essas informações foi o site UOL, que conversou com Acir Santos, um dos idealizadores e criadores dessa plataforma.
Acir Santos defende-se contra a acusação do Facebook.
Defendendo-se
"A rede social é como uma roda, ninguém consegue reinventá-la, apenas aperfeiçoá-la e/ou enfeitá-la. O Facebook, no entanto, não pode achar que é dono do modelo. Ele mesmo imitou, em partes, o falecido Orkut", defendeu-se Santos. De acordo com o criador da rede social, o Faceglória é patenteado no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) e, inclusive, possui um domínio próprio.
No provável entendimento de Zuckerberg, "a marca infringe a lei de Propriedade Industrial, além de ser uma reprodução parcial do Facebook". Santos afirma que não pretende encerrar as atividades do Faceglória e diz que planeja apaziguar a situação com algum tipo de parceria. “Quem sabe uma ação para o compartilhamento das postagens nas duas redes?”, comenta.
Dúvidas
A notificação extrajudicial foi emitida no dia 1º de julho, menos de um mês após o lançamento oficial do Faceglória. De acordo com os fundadores, a rede social já conta com mais de 100 mil inscritos e 85 mil usuários ativos. Ainda segundo os administradores, a plataforma já conta com frequentadores dos Estados Unidos, Índia, Portugal, Japão, Reino Unido, Angola, Espanha, Israel e Itália.
Será que esse é o fim foi Faceglória? Ou, por um milagre dos céus, o serviço vai conseguir resistir às rajadas do Facebook e permanecer ativo por mais algum tempo?
Fonte.: Gizmodo Brasil / Tecmundo