10 Jun 2014 às 19:30 0 1257 Notícias
A necessidade crescente das empresas de fazer cada vez mais com menos está levando os profissionais a se tornarem generalistas. Esse movimento provoca diversas sensações, como a de que eles são indispensáveis; estão mais distantes das atividades para as quais foram contratados; e de serem uma espécie de “Bombril" corporativo, com mil e uma utilidades.
A falsa sensação de ser imprescindível - por estar realizando tarefas de cargos muito acima do atual - é comum para a maioria das pessoas em todas as áreas e corporações. Não bastasse o risco de se achar mais importante do que realmente é, ele cresce com a escolha errada de uma especialização (MBA, Latu Sensus, certificação), que não deve ser feita mirando o próximo degrau da carreira e sim vários degraus acima.
Diferente do que se espera, a experiência adquirida nas mil e uma utilidades não é garantia de saltar de cargos dentro das corporações, muito menos de aumentar a possibilidade de buscar (e conseguir) no mercado uma posição muito acima da que se está contratado hoje.
O choque com a realidade acontece em dois momentos: quando a promoção aparece e ela está muito aquém do esperado (é muito raro, por mais brilhante que seja, conseguir pular degraus verticalmente nos organogramas das corporações); ou quando se conclui o curso de especialização, aquele muito acima da sua posição atual e, na tentativa de buscar uma colocação no mercado com foco no novo conhecimento, frustra-se com a ausência de oportunidades ligadas à especialização que acaba de fazer.
Para evitar decepções e desperdícios, tanto financeiros quanto de tempo, é fundamental ter a exata consciência do seu momento de carreira e deixar de lado algumas crenças muito enraizadas na cabeça dos profissionais:
1- Por melhor e mais sério que seu chefe seja, ele não tem na gaveta a vaga que em algum momento ele acenou ter apenas aguardando a sua formação. E mesmo que tenha, em dois anos as corporações mudam tanto que, possivelmente, quando você se formar, seu chefe será outro e a vaga não existirá mais;
2- É muito difícil, para qualquer gestor, justificar uma promoção que salte níveis e, principalmente, que ajuste consideravelmente o salário;
3- As oportunidades não caem do céu, nem o chefe tem bola de cristal para saber se você é a melhor opção para uma determinada posição;
4- O conhecimento acadêmico é indispensável para uma contratação, porém, sem experiência, ele não é suficiente;
Sem ilusões, identifique qual é o seu próximo passo na carreira. Para isso relacione, com realismo, suas habilidades e conhecimentos atuais: aquilo em que você é bom, o que precisa melhorar, e seu nível de senioridade. Tenha consciência, porque não dá para ser sênior em tudo. Como diz o ditado: “quem faz muita coisa ao mesmo tempo acaba não fazendo nada bem feito”.
Para melhorar sua análise, verifique quais são as possibilidades de emprego, dentro e fora da empresa. O retorno para entrevistas é um bom termômetro para determinar como e onde o mercado te enquadra, seu nível de conhecimento e maturidade profissional.
Com todas essas informações nas mãos, fica mais fácil definir o próximo passo na carreira e qual curso de especialização irá agregar o conhecimento acadêmico necessário para deixá-lo apto à posição pretendida.
fonte.: Olhar Digital