23 Jun 2015 às 16:25 0 1116 Notícias
É possível conciliar bom clima na empresa com um trabalho bem feito; e um alerta: não torne o happy hour uma obrigação
Ser feliz faz bem. No trabalho, diante de reuniões, estresse e metas a cumprir, mais ainda. E o gestor também é responsável pela felicidade dos funcionários. O clima no ambiente de trabalho pode influenciar no desempenho dos colaboradores e até levá-los a sair do negócio.
Para o professor João Baptista Brandão, coordenador do master em liderança e gestão de pessoas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e sócio do instituto Ibrand Brasil, a busca por um ambiente de trabalho mais feliz é tendência entre os empreendedores brasileiros. "Ao contrário do que muita gente pensa, ser divertido não é o contrário de ser negligente. Ser divertido é o contrário de ser chato. É possível conciliar essa felicidade a um trabalho bem feito", afirma ele.
De acordo com Brandão, algumas práticas bastante usadas para integrar a equipe e melhorar o clima, como happy hours, podem não surtir o efeito desejado. Ele lista cinco dicas para empreendedores que querem acabar com a sisudez do escritório.
1) Mostre que o emprego e a empresa valem a pena - Não basta ter um belo discurso sobre os valores e a importância da empresa. Segundo Brandão, é preciso demonstrar que as palavras fazem sentido. "O funcionário que acredita no que faz e no lugar em que trabalha tende a ser feliz e a desempenhar seu papel com vontade."
2) Valorize a equipe - Em uma conversa com um empreendedor que não entendia por que ninguém ficava em sua empresa por muito tempo, o professor da FGV perguntou como ele tratava seus clientes. "O empresário disse que os tratava muito bem, ajudava no que era possível e era sempre simpático. Disse a ele que era fácil manter os funcionários: bastava tratá-los como se fossem seus clientes", conta Brandão. Os empreendedores devem se lembrar de que não não são os únicos que querem ser bem-sucedidos - este é o mesmo objetivo dos colaboradores. "Recompense os funcionários, cuide da carreira deles e eles o ajudarão a crescer."
3) Não ignore os problemas deles - É difícil se concentrar no trabalho quando a cabeça está em outro lugar. "Caso o funcionário esteja passando por algum problema familiar, por exemplo, vale pensar em mandar a pessoa para casa", afirma Brandão. Outro problema que pode acabar com a produtividade de alguém é a demora para chegar no trabalho por causa do trânsito. "Em um caso como esse, se a função permitir, por que não deixar o colaborador trabalhar de casa durante o horário de pico?", sugere o especialista.
4) O happy hour pode não ser uma hora feliz - Relaxar depois do expediente em um happy hour é uma prática bem comum entre colegas de trabalho. Tal medida vem sendo adotada pelas empresas, em uma tentativa de aproximar a equipe do pessoal da gerência. O problema é quando esse tipo de confraternização vai se tornando uma imposição da empresa. "Vai haver alguém que prefere ir para casa descansar e é 'obrigado' a ir para o bar. Pior: indo à força, pode ser que a reunião sirva para que todos falem mal da empresa", afirma o professor.
Para Brandão, o problema não é o happy hour - qualquer confraternização que ocorra espontaneamente, sem a pressão de ninguém, serve para aumentar a integração de uma equipe. "O happy hour pode ser nocivo e se transformar em uma válvula de escape para funcionários insatisfeitos, mas é uma iniciativa válida quando se torna uma consequência natural das relações entre eles."
5) Comemore conquistas e aprenda com o fracasso - Se uma comemoração faz sentido, todos ficam felizes em participar. "Quando uma meta é cumprida ou alguém consegue uma conquista pessoal, aí faz sentido fazer a celebração", diz Brandão. Mas a felicidade no escritório não aumenta só fazendo festa. Na hora do fracasso, é importante marcar uma reunião e ver o que é possível fazer para que o resultado negativo não se repita. "Quando o empreendedor mostra que está junto com seus comandados no sucesso e no fracasso, maiores são as chances de que o clima da empresa se mantenha bom", afirma o professor da FGV.
Fonte.: PeGn