As razões para não concordarmos com o projeto de olho na rua são as seguintes:
a) DESVIO DE FUNÇÃO DO PORTEIRO Os porteiros não estão preparados e adaptados a assumir essa função. Na verdade, o exercício da função pretendida pelo projeto é direcionado para vigilantes, que possuem o treinamento adequado, e o material destinado a essa função. Lançar aos porteiros uma atividade desta natureza significará, com certeza, que mais e mais problemas surgirão, seja pelo despreparo dos profissionais, seja pelos excessos que poderão ocorrer. b) RISCO DE VIDA Quando os porteiros assumem a função de monitorar a atividade suspeita na rua, se colocam na posição de um quase ENFRENTAMENTO com a marginalidade, para o qual não estão totalmente preparados, por mais que sejam treinados. Esse eventual enfrentamento vai se tornar, sem sombra de dúvida, um RISCO POTENCIAL à integridade física e à vida dos profissionais. c) NATUREZA DA PROFISSÃO DE RISCO Existem profissões que o RISCO é inerente ao seu exercício. Destas, há o grupo de risco de enfrentamento armado. Assim são as dos MILITARES (do Exército, da Marinha e da Força Aérea), dos POLICIAIS CIVIS, POLÍCIA MILITAR, das GUARDAS CIVIS METROPÓLITANAS e dos VIGILANTES. Esses profissionais são treinados e equipados para este enfrentamento. Saem de casa para o trabalho sabendo que vão enfrentar risco. São remunerados para isso. A natureza da função do porteiro não envolve RISCO. Os porteiros não treinados e equipados para isso. E mais, não são remunerados para isso. Assumir essa função de monitoramento implica proporcionar ao profissional (que não recebe para isso) responsabilidades para as quais a função não foi desenhada. d) EXTRAPOLAMENTO DE FUNÇÃO PÚBLICA Pela legislação atual, o policiamento das ruas é função inerente da POLÍCIA MILITAR, e dependendo do município, da GUARDA CIVIL METROPOLITANA. Não cabe aos porteiros assumir essas funções que são de natureza pública. e) FRACASSO DA EXPERIÊNCIA EM ALGUNS LUGARES Sabemos que em alguns lugares, a experiência deste projeto não foi bem sucedida, como é o caso de Goiânia. A própria Polícia Militar chegou à conclusão de que o excesso de chamadas não poderiam ser atendidas. Se em uma cidade como Goiânia a experiência fracassou, imaginemos como seria em um centro urbano tão complexo como o da Grande São Paulo. A enorme dimensão e complexidade de São Paulo levariam a uma certa desorganização da segurança pública. E desorganização na segurança pública poderia levar a conseqüências muito piores, mormente considerado o risco a que estariam sujeitos os porteiros.
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